O laranjal rosa de 2018

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Hoje, 15/2/2019, reportagem da Folha de S. Paulo mostra que 14 partidos tiveram 54 candidatos laranjas, sendo 49 mulheres e 4 homens. A reportagem explica bem e o link está abaixo, mas grosso modo, a lei obriga que 30% dos candidatos de um partido ou coligação sejam mulheres, que são então inscritas na disputa e para isso recebem verba pública que acaba sendo usada para outros fins que não cheiram nada bem.

O que há de novo? Nada, rigorosamente, absolutamente nada. É mais do mesmo, o mesmo de sempre que nos trouxe até aqui e nos impulsiona com força a um passado cada vez mais distante do país do futuro que o Brasil sempre foi. Aliás, hoje não se pode mais nem dizer que o Brasil é o país do futuro; ele é, se tanto, o país do futuro do pretérito, aquele onde as coisas “seriam”. Sinto dizer: não serão!

Mas vamos à lista dos  partidos com laranjas cor-de-rosa: Pros, PRB, PR, PSD, MDB, DEM, PP, PPS, DC, PSL, PTB, PSC, PSDB e Podemos. Enxerga aí alguma semelhança com as listas de partidos que compuseram, apenas nos últimos meses, a famosa e já esquecida lista do Janot? Ou a gloriosa e quase amortecida lista da Lava Jato? Partidos criados exclusivamente para negócios e partidos que, após um mínimo de bons serviços ao país, caíram na vala funda da politicagem rastaquera.

Eu abordaria, aqui, partidos que trabalham candidaturas de mulheres que não são laranjas, nem rosas, nem azuis nem multicoloridas: são candidaturas sérias, apenas. Certamente me chamariam de esquerdinha, barbudinho, petista, mortadela, pesolista. Ultrapassado, talvez. Ingênuo, até…

O único partido que ofereceu algo novo não está presente nesta lista, nem esteve nas outras. E não é o Novo, é a Rede. A mesma que foi sabotada pela Justiça Eleitoral na sua criação tendo seu pedido de registro invalidado por práticas costumeiras, práticas que turbinaram partidos criados ao mesmo tempo que a Rede mas que, por atenderem às “boas práticas” do balcão de negócios escusos foram aceitos. E estão todos aí, nestas listas.

A Rede tem falhas, certamente. Mas não tem essa falta de ética descarada e deslavada. A Rede poderia não levar o Brasil ao futuro que um dia apareceu no horizonte. Mas não contribui para manter o país no passado corrupto e corruptor tão presente. A Rede pode não ser nada. Mas é, em tudo, outra coisa diferente “disto tudo que está aí”.

Mas sigamos com o laranjal, que ele há de nos derrubar da goiabeira. Entre o rosa e azul, descobrimos que laranja é a cor mais quente. É com ela que vamos pra frente, em direção ao muro do passado.

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Matéria da Folha de S. Paulo: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/02/potenciais-laranjas-receberam-r-15-mi-de-verba-publica-de-14-partidos.shtml

 

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