Caem negócios feitos viadutos

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Uma pequena nota sobre a recuperação judicial da Editora Abril, porque não entendo os termos jurídicos e muito menos tenho alguma opinião sobre o que pode ajudar na retomada dos negócios. Eu sou um apenas um rapaz latino americano que tomou gosto pela leitura nos jornais, gibis, revistas e livros de coleção lançados por empresas editoriais como a Abril. Tampouco farei críticas ao anglo-americanismo da Abril.

A Abril nos ofereceu memoráveis produtos editoriais. Quando eu estava aprendendo a ler, me lembro de ouvir uma recomendação da minha mãe, então professora de língua portuguesa: leia estes gibis à vontade, eles não têm erros gramaticais. E caí com gosto na leitura do Disney publicado pela Abril. E li também muita Veja, Quatro-Rodas, Exame e Playboy. Até o dia em que estes títulos foram ficando tão chatos, tão mal escritos, tão ao mesmo tempo arrogantes e frívolos que os abandonei. E abandonados estão.

Tipicamente uma empresa de país colonizado, cartorial e patrimonialista, a Abril foi buscar nos EUA os títulos que fariam sucesso no Brasil, mas de lá não soube trazer as melhores lições empresariais: formar sucessores, perceber que o mercado não é um quintal e tratar as inovações tecnológicas com algo mais substancial do que seu próprio gigantismo. Deu nisso aí.

Assim, acho que é somente um fim melancólico. Sinto pena dos desempregados e não me preocupo com os herdeiros, que certamente estão tranquilos investindo seu patrimônio em outros negócios.

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Uma opinião interessante, de quem viu e viveu de dentro, está aqui: https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2018/Abril-e-o-Brasil

Imagem do logo: http://leotogashi.blogspot.com

 

 

 

1 comentário em “Caem negócios feitos viadutos”

  1. Poxa!!!
    Esse me pegou de forma. Veio o tempo das coisas acontecerem e vim bizoiar por indicação de um grande amigo. Não tão grande na estatura que leio mas pelo ajuntamento. Queria ter escrito isso. Nada de vaidade ou genial, pensamento mesmo. Quando o mês de Abril caiu no inverno. primeiro pensei, não sei. Depois percebi o quanto a Editora fez parte da minha vida e – PRINCIPALMENTE – o quanto ela não fazia mais.

    Acho justo copiar: “Sinto pena dos desempregados e não me preocupo com os herdeiros, que certamente estão tranquilos investindo seu patrimônio em outros negócios.”

    ps: já pode falar que a Abril fechou???

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