Novilíngua, novistória, velhábito

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Ao discursar em evento na hidrelétrica de Itaipu, o presidente Jair Bolsonaro chamou o ex-presidente paraguaio Alfredo Stroessner de estadista e homenageou o ex-presidente brasileiro Castelo Branco destacando que ele fora eleito “à luz da Constituição vigente naquele momento”.

No mesmo dia, Bolsonaro tentou aliviar o peso histórico de dois fatos, diferentes mas iguais: ambos os presidentes homenageados foram mais ditadores do que presidentes, pois os dois assumiram seus países nas trevas de golpes de estado. Amenizar a situação dizendo que a Constituição do momento previa aquela eleição é só desrespeitar a história.

É curioso esse desejo governamental de reescrever a história. Aqui em São Paulo, o Minhocão foi renomeado, passando de Costa e Silva para João Goulart. Acho um erro, acho uma tentativa de reescrever a história destinada ao fracasso – se não por si só, pelo simples fato de que todo o Brasil conhece a via elevada pelo seu verdadeiro nome, Minhocão. Vox populi, meus caros, vox populi.

E os exemplos seriam vários. Nessa tentativa de renomear coisas para forçar uma nova compreensão, não há diferença ideológica entre os governos. Lula e Bolsonaro, PT e PSL, e quaisquer outros que entrarem, todos se igualam e se igualarão.

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